Essa é curta...só pra gente refletir
Dando uma sondada na Folha de São Paulo de ontem, foi interessante pensar nas prioridades assumidas pelo(s) governo(s). Uso o (s) aqui porque essas putarias não são prerogativas de nenhum partido, ideologia ou estado em específico. Na verdade é próprio do desequilíbrio na distribuição dos poderes, da concentração das riquezas e por aí vai.
Bom, estava lá estampada na capa do periódico matéria dizendo que o BNDES (Banco NACIONAL do Desenvolvimento Econômico e SOCIAL) está interessando em participar (leia-se: financiar grandes grupos financeiros com dinheiro público) das negociações acerca da fusão entre a Perdigão e a Sadia, que dará origem a, agora a parte mais irônica, BRASIL FOODS. Dou um prêmio pra quem descobrir todos os contra-sensos da notícia., tenho uma dica, preste atenção nas palavras em caixa alta.
Desculpem, mas piada sem graça a gente tem que responder com piada sem graça. Isso só reforça a tendência de concentração do poder econômico nas mãos de meia dúzia de conglomerados – visto como algo “inevitável”; nas palavras do Presidente do Banco, Luciano Coutinho: “Não espero que isso aconteça (o enfraquecimento da concorrência e a formação de monopólio do mercado...hahaha), mas não podemos interferir na livre iniciativa.”. Lembrando que as duas companhias juntas dominam 80% do mercado de massas prontas no país.
Mas a melhor piada vem agora. Lá estampada na capa, bem ao lado da notícia da mega-fusão, falava-se da reintegração de posse que aconteceu dia 19 na Fazenda Martinópolis, localizada em Serra Azul, próximo a Ribeirão Preto. Na verdade, alega o MST, grande parte das terras são ocupações indevidas que os proprietários fizeram sobre terras governamentais. Lembrando, ainda, que os mesmos devem alguns milhares de reais em impostos...mas a lei foi cumprida e a turma foi despejada.
Mas essa não foi a pior investida contra o MST no mesmo dia 19. Aliás, nessa outra desocupação, não noticiada pela grande mídia, o negócio esquentou e rolou confronto com a PM. A fazenda em questão, produtora de cana de açúcar, tem inúmeras denúncias de trabalho escravo e dívidas para com o Governo.
E então? Qual é a nossa prioridade?
Boa!
ResponderExcluirDestaco no seu texto o elemento de que não importa se falamos do partido ou da gestão X ou Y.
Há pontos que são tendências que ultrapassam as matizes da política institucional e surgem como consenso entre as forças partidárias de uma época. Como tem sido o caso no neoliberalismo nos últimos quase trinta anos.
Muitas vezes, ao reduzirmos os debates à oposições partidárias perdemos a dimensão dessas tendências que dominam um momento histórico e perdemos nossa capacidade crítica.
Critiquemos independente de que, esteja no poder.
De preferência, critiquemos o poder.