A visão de que as vias das metrópoles atuais encontram-se saturadas já é praticamente consensual. A inadequação entre os espaços disponíveis e o número de veículos circulando diariamente é comprovada pelos mais diversos dados. Mas a grande questão: “O que fazer?”, essa está longe de ser entendida de uma forma única.
O governo federal, recentemente, demonstrou-se um entusiasta do carro ao eleger a indústria automobilística como a grande agraciada pelas ações anti-crise. Para garantir postos de trabalhos e a manutenção de montadoras, ele permitiu, com o barateamento dos preços e facilidades de compra, que uma nova leva de carros particulares fosse lançada às ruas.
O gasto público, tal como foi apresentado, era positivo. Contudo, qual a conseqüência para as cidades do aumento desenfreado do número de automóveis particulares? Não há um custo social a ser contabilizado aí? Ao ser esse custo contabilizado, a opção ainda se sustenta como a correta?
As atitudes dos poderes públicos, dos setores produtivos e dos habitantes das cidades em geral demonstram uma vaga preocupação com o problema. Apesar disso, cada vez mais os efeitos da opção pelo carro particular como principal meio de locomoção se mostram nocivos. Esse e outros temas são abordados no documentário “Sociedade do Automóvel”:
Esse é um tema sobre o qual eu nem gosto de escrever se nao fico muito puto...
ResponderExcluiro carro se revelou a ferramenta mais perfeita para viabilizar desigualdades sociais em um ambiente democrático.
Ao contrário do que se diz,um carro não aproxima, mas distância, os estabelecimentos e equipamentos são construídos cada vez mais longes, sob a alegação de que estão acessíveis aos motoristas. Vide os shoppings Classe A.
O carro não torna a viagem mais rápida... ele promove é a lentidão. No entanto, o carro possibilita a não miscegenação entre o rico e o pobre. Isso é muito eficaz para o imagnário das elites.
Isto é, o que eu quero dizer com o comentário acima é que as vantagens do carro se revelam apenas paliativos a desvantagem que ele causa.
ResponderExcluirParadoxalmente, o carro é a própria negação da sociedade de consumo!!!
Quanto mais pessoas tiverem celular, melhor para mim. Será mais fácil me comunicar com elas. Mais computadores: idem. Mais aparelhos de DVD: idem (assim poderemos compartilhar filmes adquiridos em lojas legalizadas).
A maior parte dos bens de consumo não representam o prejuízo de uns usuários sobre outros. Com o carro é diferente. Quanto mais automóveis, pior para mim. Mais disputas haverá, menos espaços existirão.
Se fosse só eu que tivesse um carro, eu seria o homem mais rápido do mundo. Mas na sociedade do automóvel, o carro as vezes fica mais lento que uma carroça à traçao animal, certamene mais lento que uma bicicleta e, as vezes, até que um pedestre?
Qual é a grande vantagem dos carros então? Simplesmente não sei... sorry, but I don't now.
França 2006!!
ResponderExcluirAh, só pra gente pensar com alguns dados concretos.
ResponderExcluirLá no site do Denis vi um cálculo que diz o seguinte:
Um ônibus transporta 50 pessoas e polui como um carro que transporta 4 pessoas (Lembrando que nas grandes cidades,quase sempre, carros estão vazios e ônibus cheios). Então precisaríamos de 12,5 carros pra levar todo mundo que um ônibus leva...poluindo 4X vezes mais no caso!!