domingo, 13 de dezembro de 2009

Futebol e moralismo


Em primeiro lugar eu sou preconceituoso, mesmo praticando atividades físicas, nunca gostei de futebol. Pior ainda, acho tedioso assistir jogos televisionados ou torcer para um escudo, nunca entendi o frisson em torno dessa “paixão nacional”. Futebol, para mim, não passa de uma atividade boba e tediosa, rio quando ouço falar em futebol-arte: não meus caros, Picasso jamais faria umas embaixadinhas. Assim como os rappers americanos, muitos desses "atletas" intentam unicamente ganhar dinheiro e desfrutar a fama. Veículo de ascensão social para os pobres que querem comprar apartamentos caros e namorar com nádegas famosas.

Curiosamente, nunca ouvi falar de um jogador intelectual ou poeta, as denominações mais lisonjeiras para eles são apelidos do tipo "animal" ou “matador”. Tenho desânimo desses goleadores, gente que não pode ser levada a sério e que certamente não está em um pedestal. Mas, com uma dose de liberalismo clássico digo apenas que cada um encontre livremente o caminho que lhe faça feliz.

Agora, mesmo não sendo simpático a essa categoria, uma dúvida ressoa em minha cabeça. Esses chutadores de bola profissionais não podem praticar brincadeiras lúdico-sexuais? Não podem ir para um motel (barato ou de luxo) para fazerem sexo com mulheres, homens ou travestis? Não podem ter noitadas? Por quê? Porque a mídia os transformou em semideuses, envoltos em uma áurea de moralismo, totalmente desvinculados de um mundo real onde se encontra o sexo, as bebidas, as drogas e as transgressões. Mas, qual o mecanismo que subsidia esse pensamento conservador?

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ensine bem ao seu Filho!










quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Classe Média Way of Life



Por favor, conheçam esse Blog

Muito bom!



Classe Média Way of Life

sábado, 24 de outubro de 2009

Dos sentidos



Dizem que periodicamente, no intervalo de décadas, nossos sentidos sofrem mudanças, alterando suas potencialidades e qualidades. As balas coloridas e os chicletes super-açucarados da infância deixam de ser saborosos com o passar dos anos, enquanto o amargo e o azedo adquirem um novo interesse para nossos paladares. Eu, pelo menos, já sou capaz de perceber ligeiras modificações em minhas percepções; a acuidade visual diminuiu, os pirulitos e os caramelos se transformaram em coisas grudentas e insípidas que agarram nos dentes.

Já o olfato parece ter melhorado significativamente, fiquei bem mais atento para perfumes e outros odores, minúcias que por vezes são até difíceis de descrever. Mas há um cheiro se tornou parte do meu cotidiano, quase todos os dias, sobretudo se o ar está parado, um aroma muito adocicado invade as ruas do bairro onde moro e, se as janelas estiverem abertas, penetram nos aposentos de minha casa. É um cheiro enjoativo, a primeira vez que as pessoas o sentem não sabem identificá-lo, apenas expressam o desagrado. Uma fragrância que sempre esteve presente, mas com a qual eu havia acostumado, e só agora ela volta a incomodar-me.

É o cheiro da morte, o cheiro do matadouro, situado a muitos quilômetros de distância, mas que percorre a parte baixa da região, misturando-se com as emanações melífluas dos córregos transformados em esgoto. Odores que também se mesclam com outra fragrância, advinda da parte alta de um bairro ainda mais distante, originada nas refinarias da Petrobrás.

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dia 24 de Outubro – Participe do Dia de Ação pelo Clima



Este é um convite para aderir a um movimento. Para usarmos um dia para mudar o mundo. Mais Informações site da campanha Tic Tac Tic Tac.

Os fatos científicos são agora inegáveis: a crise climática é o maior desafio que a civilização enfrenta. Juntos, chamaremos a atenção do mundo para que se concentre numa solução.

Amanhã é o grande dia – 24 de outubro, o maior Dia Internacional de Ação Climática de sempre. Por isso junte-se à ação 350 mais perto de si para saber que fica fazendo parte de algo em grande.

Muito grande, na verdade. Esta campanha se espalhou como um vírus – vai haver mais de 4 mil eventos ocorrendo simultaneamente em 170 países. Tanto quanto sabemos, você vai fazer parte do dia de ação política mais abrangente de sempre, o maior alguma vez visto sobre qualquer assunto.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Autonomia está morrendo!



Existe uma “equação filosófica” bastante esclarecedora que diz o seguinte: a quantidade de Liberdade de que goza uma sociedade – ou indivíduo – é inversamente proporcional à quantidade de segurança que aquela mesma sociedade – ou indivíduo – dispõe. Em outras palavras, quanto mais livre formos menos seguros estaremos e vice-versa.

E isso entendido nas mais diversas acepções, e não apenas na que acabou de pensar.

Por exemplo, se você for um cara concursado, que goza de um regime de trabalho seguro, bem como conta com uma certa “segurança financeira”, necessariamente, não será um cara tão livre no que toca aos seus horários, ao encaminhamento da sua carreira, às opções de trabalho, às folgas etc. – a não ser que chute tudo e abra mão da segurança. Se trabalha na iniciativa privada, ou melhor ainda, se é dono da sua própria empresa, sua liberdade amplia-se consideravelmente mas, se num dia qualquer, seu patrão ou acionista acordam de beicinho, podem te ferrar sem a menor cerimônia – segurança e estabilidade zero.

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sábado, 10 de outubro de 2009

Viva Zapata! (Links)



LINKS ZAPATISTAS:

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Viva Zapata! (Parte 03)



De acordo com pesquisas de opinião, os Zapatistas são visto com simpatia por grande parte da sociedade mexicana, algo de extrema importância para um movimento social na atual era informacional. Basta pensarmos o quanto movimentos como o MST, pra ficar no exemplo mais óbvio, seriam muito mais fortes e determinantes do rumo político do país se a situação deles fosse semelhante àquela. Infelizmente, por diversas razões que não cabem aqui, parece que estamos cada vez mais longe dessa realidade.

Em 1995 foi feito o primeiro de numerosos plebiscitos, em todo o México, questionando, entre outras coisas, a possibilidade do EZLN vir a se tornar uma força institucionalmente constituída e se aliar a outros grupos a fim de construir uma frente ampla de oposição. A consulta foi favorável à idéia, mas por pequena margem. Mesmo assim, os Zapatistas decidiram não largar as armas enquanto as negociações não avançassem. A institucionalização não saiu e o EZLN manteve-se longe dos poderes constituídos.

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Os automóveis – parte 2



O problema do fluxo.

Há que defendermos os automóveis, pois eles são inocentes, inertes.

O problema do trânsito não são os automóveis.

Um carro é uma ferramenta. O problema do transporte é o individualismo. Opções individuais que obliteram soluções coletivas. Se substituirmos os automotores por bicicletas, em longo prazo os engarrafamentos voltarão a existir. Claro, a questão não se limita ao fluxo, outros fatores devem ser computados, como a poluição, a segregação espacial, etc.

A crítica à “Sociedade do Automóvel” é extremamente necessária, mas não podemos esquecer que uma “Sociedade da Bicicleta” ou uma “Sociedade do Patinete” pode ser tão ruim quanto. Em nossa contemporaneidade vivenciamos uma crise espacial, apesar de uma aparente retração do espaço, devido ao desenvolvimento dos meios de transporte, percebemos que o tempo dos deslocamentos se expandiu. Um exemplo seria confrontarmos o aumento do número de veículos particulares, supostos encurtadores das distâncias, com uma nova tendência em dispersar os equipamentos urbanos e afastá-los das áreas residenciais.

As elites destruíram as cidades, em seguida fugiram para condomínios fechados, escondidos em áreas arborizadas, atrás das montanhas, acessíveis somente por rodovias, sem imbricações com a malha urbana. Enquanto isso, os que residem nas negligenciadas periferias vivenciam dificuldades em acessar os centros metropolitanos, enfrentando congestionamentos e transportes coletivos em péssimas condições. Esse é o contexto no qual devemos atuar, conciliar os extremos que muitas vezes não se percebem.

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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Viva Zapata! (Parte 02)



As pretensões do EZLN são alvo de muitas discussões. Uma das mais polêmicas é a dúvida sobre a intenção, ou não, de tomada do poder – o que acaba levando a discussão para debates do tipo “Até onde é um movimento de caráter libertário ou marxista” etc. Mas o ponto é: as múltiplas práticas e discursos desse movimento não nos permite uma classificação simples, pois vemos lá: ação direta em diversos setores, elementos reformistas, ações armadas, propostas subversivas, preocupações com questões culturais, ciberativismo, plataformas contra-culturais, anti-globalização, crítica ao poder centralizado, ecologismo, anti-capitalismo etc. A despeito disso tudo, entretanto, pode-se concluir sem maiores dúvidas: de forma alguma o Zapatismo se resume num projeto de poder, se é que ele possui essa ambição – até porque, como já disse Marcos: “Esquerda institucional é ficcção”.

Não existe uma clareza das propostas políticas dos Zapatistas. Numa altura do documentário “Zapatistas”(link/download), de 1999, Marcos afirma que “Não queremos derrotar um governo para nos colocar no seu lugar. O que queremos é que se abra um espaço democrático onde a sociedade pode participar e decidir que rumo político vai ter.”

Ou seja, qualquer discussão que tente delimitar a doutrina Zapatista é perda de tempo porque, simplesmente, ela não existe como algo pronto – ela se faz a cada momento e em cada lugar, daí a força e a validade desse movimento na inspiração de outros levantes em qualquer parte do mundo, bem como numa proposta de reinvenção da esperança em tempos de morte das grandes narrativas humanistas.

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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Viva Zapata! (Parte 01)



Não só na minha modesta opinião, mas segundo numerosos analistas mundo afora, e como os próprios fatos vêm mostrando, o auto-entitulado Ejército Zapatista de Libertación NacionalEZLN – é o que existe de mais interessante e revolucionário (sem medo de ser piegas ou tachado de ultrapassado) que hoje se apresenta nesse belo planeta azul onde vivemos. Falar do Zapatismo é coisa que já devia ter sido feita aqui no Blog do C.I.S.C.O. mas, dada a complexidade da questão, só agora pude reunir energia para estudar um pouco mais esse movimento que vem oxigenar a forma como a atualidade pensa o ‘fazer político’. Dessa forma, nos meus próximos posts, dedicar-me-ei a falar sobre e refletir acerca desse fantástico processo-eternamente-por-se-fazer em que consiste a, creio que assim posso chamar, como eles mesmo fazem, Intuição Neo-zapatista.

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Campanha Segunda sem Carne!



Apóie e participe da nova campanha da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), que quer incentivar as pessoas a reduzirem o consumo de carne. Pretende-se, assim, diminuir os impactos ambientais advindos da sua produção, bem como outros problemas gerados por todo o processo como os reflexos na política agrária, agrícola, econômica entre outros. Há, ainda, a questão de nível ético, outro valiosos ponto a se considerar – afinal de contas, é justo reduzir a vida de um animal à mera porção de uma escala produtiva ávida por lucros?

Conscientize-se!

Campanha Segunda Sem Carne


Apostila que trata dos impactos do consumo de carne

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Vai de Helicóptero Uai!



Pobre é muito burro. Principalmente em São Paulo. Só sabe reclamar do trânsito, da falta de mobilidade, da dificuldade de tomar um transporte público. Acho que isso é desculpa pra chegar atrasado no serviço.

Porra!! Vai de helicóptero!!

Esses dias aí rolou uma matéria na net bem interessante e que endossa a minha tese. Na região do entorno da Rua Funchal, Zona Oeste da capital paulista, ocorre uma grande concentração de helipontos. Até mais que pontos de ônibus! São 75 helipontos e 60 de ônibus. Está dando até um problemão pras “autoridades competentes” pois, de acordo com as normas, existe uma distância mínima a ser mantida entre os helipontos, mas a demanda por eles é tão grande nas região, que a turma está quebrando a cabeça para que a coisa funcione de acordo.

A região é conhecida pela presença de prédios moderníssimos (leia-se bonitos (leia-se bregas e ecologicamente insustentáveis), e bem freqüentados (leia-se excludentes e elitistas)). As pessoas de boa índole que, por coincidência, moram perto da região costumam ir, inteligentemente, de helicóptero para os seus “trabalhos” – fazendo assim o favor de concorrer para a importante iniciativa de contribuir com o desafogamento do trânsito terrestre da capital. Já os pobres desgraçados, burros e infelizes, insistem em ir para o trabalho usando um transporte cuja infra-estrutura é bem mais restrita na região – mesmo morando mais longe.

Esse problema é muito sério. Creio que o governo deveria estimular a venda de helicópteros reduzindo o IPI aéreo. Ao passo que a população deveria colaborar e procurar evitar meios de transportes tão inconvenientes, lotados e fora de moda.

Pobre é burro mesmo!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sobre a Política de Alianças



Antes que alguém me acuse de plágio, deixo aqui o link do livro/panfleto que inspirou essa discussão, bem como a maior parte das opiniões e do raciocínio expresso a seguir. Trata-se de uma reflexão interessante acerca dos porquês e dos ‘não-porquês’ das políticas de aliança entre os libertários e outras tradições político-filosóficas.

É uma questão que vem me interessando continuamente e que, creio eu, extremamente importante para pensarmos o anarquismo tanto hoje como na sua trajetória passada. Esse post pode ser visto como um desenvolvimento de outro anterior, onde tentei estabelecer um diálogo entre o Pragmatismo e a Anarquia. Pois bem, vamos ao que interessa. Agora, se você é um daqueles puristas bem pé-no-saco, dê meia volta e saia fora.

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domingo, 20 de setembro de 2009

Os automóveis – parte 1



Eles não vieram do espaço, não foram criados por uma inteligência maligna e sobrenatural, muito menos representam a dominação de uma raça ou dinastia sobre as outras. Ainda assim, muitos de nós somos seus escravos, nós que os construímos, passamos a atribuir a essas invenções potencialidades mirabulosas, tornamos de bom grado seus dependentes. Olvidamos que um dia fomos livres.

Nas cidades, esses mastodontes de metal imperam. São eles que determinam o ritmo do fluxo de pessoas e mercadorias. Os carros querem ser onipresentes, consideram-se com a incumbência de dominar tudo e todos, cada metro quadrado livre deve lhes pertencer. Trata-se de uma concepção aberrante de espaço, na qual toda irregularidade e toda forma de vida dever ser aplainada, eliminada, para dar lugar a superfícies revestidas de betume, tristes, feias, sem vida.

O carro é uma máquina, uma máquina do mau, uma engenhoca melifica, uma engrenagem assassina, mas uma máquina. O que comanda suas ações – seu coração, por assim dizer – é o motorista. Um pobre escravo que tem a ilusão de poder.

O carro é inimigo de uma concepção humanista da cidade, para o motorista não existe o público, apenas vias interligadas, e em certo sentido, privativas, que cumprem a função de integrar um ponto ao outro. A acepção tradicional de uma rua não existe para o automobilista, coubesse a ele, até as calçadas seriam arrancadas. O motorista não se interessa pelas árvores, bancos, pássaros ou homens, o que importa é uma avenida mais larga para facilitar a ultrapassagem, uma vez que ele não se solidariza nem com o veículo que segue ao lado do seu.

O motorista quer ter a ilusão de liberdade, controle e segurança, mas não há nada mais contrário à liberdade, ao controle e à segurança do que o carro.

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sábado, 12 de setembro de 2009

PAC (Programa de Abolição do Crescimento)


A bola da vez é o pré-sal. Será das profundezas do oceano que sairá a solução do Brasil. “Nunca esse país cresceu tanto em toda História”, dizem por aí.

E...

Isso é bom?

Governos de esquerda dizem que sim. Governos de direita, também. As corporações dizem que não só é bom, mas é fundamental!

Bom, e quando governos e corporações concordam... sabemos que coisa boa não vem por aí...

Já sei o que alguns devem estar pensando... Ih... lá vem mais um desses que sempre são do contra. Bom, para esses, peço que leiam com atenção.

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