Foi com essa afirmação que um dos sites de compartilhamento de mp3 mais conhecidos da net se referiu a atual onda de perseguição mundial que os defensores dos tradicionais direitos autorais estão promovendo pela web. Na semana passada, os responsáveis pelo maior site de compartilhamento de arquivos do mundo, o Pirate Bay, com cerca de 25 milhões de usuários, foram condenados pela justiça sueca a um ano de prisão e a pagar milhões em indenizações para figurões da indústria fonográfica: Warner Bros, Sony, EMI e Columbia Pictures – no entanto, ainda cabe recurso por parte dos sentenciados.
De qualquer forma, uma coisa é fato, a bruxa está solta sim, mas seus dias de liberdade estão contados. Vinte dias após o seu encerramento, o cdscompletos já estava de volta no ar, firme e forte. Pelo lado do Pirate Bay, um dos responsáveis afirmou: “Fiquem calmos – nada vai aconteceu ao The Pirate Bay, a nós pessoalmente ou ao compartilhamento de arquivos tampouco. Isso só é um teatro para a mídia”. A questão é simples: o formato como conhecemos os diretos autorais está em processo de extinção...e mais, as gravadoras perderam sua razão de existência, e isso é cada vez mais forte com a expansão do acesso a internet, que elimina a tradicional separação produtor X consumidor. Como era justamente esse o espaço por onde as gravadoras nos sufocavam, agora nada mais resta a não ser ‘irem todas pro inferno’. Por tudo isso, estão tão desesperadas.
O interessante é que o endosso ao argumento de que as grandes gravadoras não têm mais razão de existência é cada vez mais difundido, atingindo, inclusive, os chamados grandes artistas. A indústria fonográfica argumenta que o artista perde com a pirataria, o que é uma grande mentira, pois quem trabalha na área sabe que a maior parte da renda vem dos shows, de modo que a melhor forma de alguém conhecer seu trabalho, hoje, é por meio da maior difusão possível de suas músicas na rede. Em outras palavras, as gravadoras nada mais fazem do que emperrar a promoção de um artista.
O caráter extremamente caótico e ingovernável da rede virtual torna praticamente impossível a eliminação do compartilhamento de arquivos e tudo mais o que se imagine – e o interessante é que os artistas estão cada vez mais simpáticos a isso. Para além da Internet, vemos também numerosas iniciativas que rompem com os já carcomidos monopólios das grandes gravadoras sobre a cultura: bons exemplos são os casos da Trama Virtual, e das cooperativas de bandas que estão surgindo por aí.
Por fim, vale lembrar que não só de música vive a cultura, de modo que grandes produtoras de cinema, editoras etc. estão todas com os seus dias contados. Pululam na net milhares de sites que disponibilizam livros e filmes, pirateados ou não, a custo zero. E o Blog do C.I.S.C.O. vai procurar sempre disponibilizar links e dicas para vocês caros leitores. Como já dizia o saudoso Coletivo SABOTAGEM: “Conhecimento não se compra, se toma”!!
Mais sobre a questão do Movimento Copyleft aqui.
Saúde e Anarquia pra todos!!
Nesse caso, o que se vê é a tentativa de manutenção de uma instituição falida que é a dos direitos autorais. Não podemos nem mesmo falar que essa é uma luta de setores mais avançados da sociedade. Seus defensores hoje constituem uma minoria reacionária que tenta lutas uma guerra perdida, se valendo do arcaismo das leis.
ResponderExcluirA difusão gratuita de arquivos de música só deu a ver um absurdo que era representado pela existência das gravadoras. Com o advento de novas tecnologias e o bareteamento dos custos de produção e reprodução das gravações, as gravadoras já representavam, há anos, uma aberração. Mas foi apenas por meio da ação dos anônimos compartilhadores de arquivos que artistas reconhecidos tiveram a coragem de romper com as corporações.
Esse movimento começou de forma mais tímida, há dezenas de anos com bandas como o Greatful Dead, que por anos se mantem com seus shows e não só autoriza, mas também incentiva a gravação de cópias "piratas" de suas apresentações. Hoje, no mundo inteiro se veem artistas que se utilizam de outros mecanismos de divulgação do seu trabalho, tendo maior liberdade sobre sua criação.
Assim, o rompimento com as gravadoras representou para os músicos um ganho sob vários aspectos, desde a possibilidade de definir os rumos de seu próprio trabalho, não correndo o risco de ficarem nas "geladeiras" das corporações ou terem sua criação conformada por executivos que nada entendem do ofício; até um maior ganho financeiro, por poderem ganhar mais sobre a venda de reproduções para aqueles que ainda cultivam o hábito de possuir CDs e LPs de seus músicos favoritos.
Realmente essas condenações de companhias como o Pirate Bay não passam de farsas. O que acontece com a música é apenas a ponta de um processo que tende a avançar para outros setores da produção intelectual.
Tudo se iniciou pela música devido a uma questão de ferramentas tecnológicas, que permitiram que houve um compartilhamento efeciente dessas. Os filmes vão pelço mesmo caminho, haja vista o grande crescimento do mercado pirata de DVDs.
Com relação aos livros, o que falta é uma tecnologia adequada, barata e acessível para seu compartilhamento. As inconveniências dos e-books e o descoforto de se ler na tela dos PCs são o principal motivo de a difusão desse tipo de informação ser ainda tão restrito e, por isso mesmo, mais suscetível a ataques por parte das editores.
O que cabe aos defensores da livre circulação da produção intelectual é a vigilância contra ações que podem frear essa democratização da informações representada pela superação do arcaico mecanismo dos direitos autorais.
Inclusive, muitas dúvidas pairam sobre o que esses viriam a ser... Num mundo em que há ampla difusão de informação e no qual se a observa a troca constante de dados das mais diversas naturezas entre os indivíduos... como alguém pode se proclamar dono de idéias e retringir seu acesso a elas?
Vejo muito otimismo em suas palavras. Arcaicas ou não, essas leis representam a vontade de um grupo,reacionário e decadente é verdade, mas ainda forte o suficiente para arrancar garantias de que seus lucros serão mantidos.
ResponderExcluirMickey Mouse está preso até hoje, já faz alguns anos que ele deveria passar para o domínio público, mas seu cárcere autoral é continuamente estendido.
Alguma coisa relacionada com laranjas e o Exterminador do Futuro.
Cara, mas em relação à música(mp3), o tom, creio eu, pode ser o maisotimista possível sim. Hoje em dia vc consegue QUALQUER coisa na net - e a lei não garante merda nenhuma. Pois atualmente, só dois tipos de pessoas não pegam músicas de graça na internet: quem não tem acesso a internet (e esses eu desculpo),e os trouxas.
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