sábado, 30 de janeiro de 2010

Sociologia do Shopping Center

1º capítulo – Definições preliminares


I – Dos shoppings.

É a inversolândia, um esforço abissal para nos convencer de que não existe a pobreza, ou antes, esperança de que por meio de um passe de mágica ela possa se evaporar. Aquela entrada no saguão principal esconde um portal, ruptura entre mundo real e o universo do auto-engano.

A arquitetura pretensiosamente monumental (mas na maioria das vezes de muito mau gosto) intenciona criar um ambiente quase religioso, assim como em uma catedral gótica, o homem deve se sentir diminuto perante o amontoado de mercadorias existentes. Olhar para os céus, não para ver um deus austero e punitivo, mas para reconhecer o severo mandamento do contínuo comprar. O Shopping Center não é sequer atualização dos mercados que prevaleceram durante a Idade Moderna e em épocas anteriores, as trocas comerciais e o suprimento das necessidades básicas ficam em segundo plano, importa, isso sim, valorizar o processo ad infinitun de aquisição.

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domingo, 17 de janeiro de 2010

Praia da Estação, a nova onda do verão!


No último sábado, 16 de janeiro de 2010, um grupo de pessoas em trajes de banho se reuniu na Praça da Estação, centro de Belo Horizonte, para curtir um dia ensolarado na cidade. Espaço “revitalizado” na década de 2000, o local que por muitos anos serviu de estacionamento para veículos recebeu diversas “melhorias destinadas à sua população”, como modernas fontes que saem do chão formando colunas d’água.

A princípio nada demais, não é mesmo? Numa cidade que não possui praias, uma praça que dispõe de uma vasta área, com a presença de fontes, parece ser uma boa alternativa para aqueles que em pleno verão gostariam de curtir o sol e se refrescar.

Mas a história não termina aí... na verdade ela só começa assim.

Essa reunião de “banhistas” que até poderia ser normal no dia a dia da cidade aconteceu após a publicação de um decreto do prefeito de Belo Horizonte proibindo “a realização de eventos de qualquer natureza na Praça da Estação”. Fazer da praça a “Praia da Estação” foi a forma que alguns moradores encontraram para, além de curtir um dia de sol, mostrar que não é a partir de normas outorgados sem qualquer tipo de debate que os espaços públicos da cidade se constroem.


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